O
Estado ideal foi pensado diversas vezes na história da humanidade.
Platão, Marx, Rosseau, Maquiavel, Comte, Hayek, Keynes abordaram
problemas sociais e econômicos sobre governos e governados. Os discursos
desses pensadores estão respaldados em uma base teórica de valores e de
algum tipo de Ética. Por exemplo, para Platão os governantes deveriam
ser filósofos e os governados deveriam compreender os objetivos do
Estado, assim o governante ideal deveria ser dotado de virtude.
O processo político, a Ética e a arte de governar são elementos centrais do debate acerca dos governos. No entanto, a lógica do ciclo político e de um bom Governo recai sempre no mesmo problema: a educação como caminho essencial para melhorar a vida dos cidadãos. Os políticos sabem da efetividade da participação da educação no desenvolvimento da sociedade, mas os mesmos, talvez esqueçam que não tiveram a educação necessária para a prática política que deve ser acompanhada necessariamente de responsabilidade com os governados. Mais que educação política é essa?
Primeiro deveriam pensar como deve ser o Governo, imediatamente questiona-se como instalá-lo ou programar a gestão, em seguida por em ação os objetivos do Governo e as metas a serem obtidas. Sem os governados aprovando e participando deste ciclo político torna-se nefasto qualquer sistema político. Ademais, os governados têm que ter acesso a educação, que não se resume apenas na educação formal, mas na chamada educação política. A fragilidade das leis e a perversão dos costumes acompanham esse cruel ciclo político que “deságua” na Corrupção.
A sociedade ideal apenas pode surgir da sociedade real. Assim, Aristóteles apontava que a cidade é a reunião de homens livres, Marx afirmava que a superação das desigualdades sociais é através da luta de classes e Hayek buscava no indivíduo a lógica da sociedade. Essas abordagens são diferentes, mas todas se avizinham de valores e da busca por uma sociedade mais dinâmica e produtiva.
Entretanto, por mais que o processo político atual se resuma de forma simplificada nas visões dualista da “esquerda” ou “direita” política sobre determinado assunto. As abordagens de hoje não podem omitir ou fugir do papel da educação como instrumento de liberdade, os pensadores do passado tiveram esta preocupação. Na atualidade, apesar de todo o conhecimento humano está mais acessível fica ofuscada à importância da educação política.
Saber votar e ser votado, a fiscalização do gasto público, a participação popular são questões ainda muito fragilizadas em nosso país. As regiões menos abastadas sofrem com o processo político, o Nordeste é um exemplo, onde as oligarquias ainda têm grande força: as compras de voto, o fisiologismo e o nepotismo político são obstáculos a serem vencidos.
Para tanto, governantes capazes são sábios, moderados e corajosos é isso que chamo de virtude política, assim a educação é o treinamento da virtude com a visão da liberdade, um governante não pode se eximir de estudar e muitos menos da prática política. Afinal, se espera o mínimo de educação política dos governantes. É mister que os governados devem começar a exigir essa capacidade. Assim, político desonesto é culpa também dos que não se candidatam por achar que política é para corrupto. A política como dizia Platão é um lugar para homens públicos e honestos que devem abdicar dos prazeres humanos para vivenciar a coletividade e trabalhar para o bem comum. O analfabeto político como dizia Berthold Brecht, também é culpado do aparecimento da politicagem e do político corrupto, pois vota de forma alienada, ou, vende o seu voto.
Contundo, para quem vivencia a educação e quem a ama sabe que isso são males passageiros para um país que preza pela virtude de um bom ensino. Sem sombra de dúvida, a esperança está na educação. O Brasil precisa ter esta virtude. O Maranhão ainda mais. Ou seja, ambos precisam é de educação e de políticos com virtudes políticas orientadas para este fim, assim como governados comprometidos com a virtude política de saber escolher.
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